Sunday, May 07, 2006

Projeto parceiros na educação musical

Apresentação

O projeto “PARCEIROS NA EDUCAÇÃO MUSICAL” visa fornecer para o público alvo um formato de educação artística responsável, consciente e atuante.
No primeiro momento, como modelo de trabalho inicial, este projeto se volta para a educação musical, porém, em seu todo, um movimento “PARCEIROS NA ARTE-EDUCAÇÃO”, projeto futuro de uma ONG, tem como foco também a educação de outras formas de manifestações artísticas como a dança, o teatro, as artes plásticas e multimídia etc., visando sempre como resultado o caráter qualitativo e de formador de espectadores opinantes.

“Não é dirigida, a princípio, neste projeto, a formação de músicos profissionais, mas sim a de consumidores conscientes de boa música”.

Com a minha experiência no campo da educação musical, pude identificar, “a grosso modo”, três perfis de alunos:
1) Aquele que já possui a aptidão musical, procura professores e escolas de música, ou por si próprio apreende os conceitos e tornam-se músicos (os chamados autodidatas);
2) Aqueles aficionados em música, que colecionam discos, pesquisam a história de seus artistas preferidos, porém não tem a paciência de ficar 15 minutos praticando em um instrumento, ou não intencionam tornar-se um profissional da música, pois já possuem outras atividades; e, por fim;
3) Aqueles que não se interessam por música (ou arte em geral), consome a cultura de massa sem opinião crítica, e entendem que o aprendizado de uma nova linguagem de comunicação não lhe faria falta alguma.

É exatamente para estes dois últimos perfis que o projeto se direciona.

Da mesma forma, tentarei traçar, também de forma “grosseira”, um perfil dos formatos em que os cursos de música se apresentam:
Analisando a forma como a educação musical é dada hoje, podemos entender que ela foca (exceto raros exemplos) no aprendizado da manipulação técnica de um instrumento (repetição inconsciente) ou ao ensino puramente teórico dos fundamentos musicais (acarretando resultados não práticos).
Este quadro comumente acarreta na não compatibilidade de interesses tanto dos alunos quanto dos professores. Isto é, ou o curso é exigente demais e fora da realidade do aluno, ou o curso forma artistas repetidores de modelos, sem senso crítico algum, fora do mercado musical de qualidade.

No sentido de contribuir para amenizar esse impasse, o projeto “PARCEIROS NA EDUCAÇÃO MUSICAL” tem o intuito de apresentar um forma de arte-educação onde o principal objetivo é a formação de um público de espectadores ouvintes e consumidores de arte conscientes, onde, independente da manipulação técnica ou do conhecimento teórico, o trabalho possa torná-lo capaz de definir qualitativamente o que musicalmente consome. Na prática, o trabalho se debruça sobre o repertório que o aluno comum já tem absorvido - em geral cultura de massa - sobre o qual são introduzidos os fundamentos musicais, tendo sempre como base principal o resultado de uma maior conscientização estética, assim há um equilíbrio entre o estudo prático, o teórico e o estético.
Uma vez consolidado os valores artísticos neste aluno, ele se torna um consumidor consciente e, se desejar, pode continuar seus estudos nos cursos mais “acadêmicos”.

Resumidamente o projeto promove três programas de aprendizado (ementas no corpo deste projeto):
- instrumento
- aulas de grupo
- módulos avançados

Os dois primeiros programas abordam subliminarmente a esfera conceitual da formação de um público consumidor mais exigente, que, se uma vez conquistado, tem nos módulos avançados a informação mais completa para o exercício do fazer musical de qualidade.
Obviamente, no curso “instrumento”, o ensino musical é dado de forma abrangente tanto na forma teórica quanto pratica, isto é, o resultado de aprender tocar um instrumento é alcançado, porém isso acontece ao mesmo tempo em que o aluno absorve os elementos críticos e estéticos mencionados.
O diferencial entre o módulo “instrumento” e os outros dois se dá somente no fato de que aqui o estudo é voltado apenas na aplicação prática do instrumento, enquanto nos módulos “aulas em grupo” e “avançado”, o estudo abrange outras áreas da música como arranjo, percepção, harmonia, improvisação e composição etc.
Finalizando esta explanação, entre estes dois últimos módulos não há diferença quanto o seu conteúdo, mas sim, quanto à quantidade de alunos: o primeiro em grupos e o segundo, no formato de aulas particulares. Dessa forma foi possível oferecer as opções de baratear o custo para alunos que querem se aprofundar nos estudos musicais mas não dispõe do valor da aula particular, assim como também são oferecidas aulas particulares para aqueles que desejam um tratamento mais individualizado.
Em outras palavras, não existem cursos “básicos”, ou “avançados”, mas cursos específicos ou mais abrangentes onde todos se enquadram em interesses potenciais dos alunos e professores.